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111 - O ESPARTO
112 - A UNICIDADE
113 - A ALVORADA
114 - OS HUMANOS
PORTUGUêS

20 - TAHA

 

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

 
1Taha.
 
2Não te revelamos o Alcorão para que te mortifiques.
 
3Mas sim como exortação aos tementes.
 
4É a revelação de Quem criou a terra e os altos céus,
 
5Do Clemente, Que assumiu o Trono.
 
6Seu é tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a terra.
 
7Não é necessário que o homem levante a voz, porque Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto.
 
8Deus! Não há mais divindade além d’Ele! Seus são os mais sublimes atributos.
 
9Chegou-te, porventura, a história de Moisés?
 
10Quando viu o fogo, disse à sua família: Permanecei aqui, porque lobriguei o fogo; quiçá vos traga dele uma áscua ou, por outra, ache ao redor do fogo alguma orientação.
 
11Porém, quando chegou a ele, foi chamado: Ó Moisés,
 
12Sou teu Senhor! Tira as tuas sandálias, porque estás no vale sagrado de Tôua.
 
13Eu te escolhi. Escuta, pois, o que te será inspirado:
 
14Sou Deus. Não há divindade além de Mim! Adora-Me, pois, e observa a oração, para celebrar o Meu nome,
 
15Porque a hora se aproxima - desejo conservá-la oculta, a fim de que toda a alma seja recompensada segundo o seu merecimento.
 
16Que não te seduza por aquele que não crê nela (a Hora) e se entrega à concupiscência, porque perecerás!
 
17Que levas em tua mão destra, ó Moisés?
 
18Respondeu-Lhe: É o meu cajado, sobre o qual me apoio, e com o qual quebro a folhagem para o meu rebanho; e, ademais, serve-me para outros usos.
 
19Ele lhe ordenou: Arroja-o, ó Moisés!
 
20E o arrojou, e eis que se converteu em uma serpente, que se pôs a rastejar.
 
21Ordenou-lhe ainda: Agarra-a sem temor, porque a reverteremos ao seu primitivo estado.
 
22Junta a mão ao te flanco e, quando a retirares, estará branca, imaculada; constitui-se-á isso em outro sinal,
 
23Para que te demonstremos alguns dos Nossos maiores portentos.
 
24Vai ao Faraó, porque ele se extraviou.
 
25Suplicou-lhes: Ó Senhor meu, dilata-me o peito;
 
26Facilita-me a tarefa;
 
27E desata o nó de minha língua,
 
28Para que compreendam a minha fala.
 
29E concede-me um vizir dentre os meus,
 
30Meu irmão Aarão,
 
31Que poderá me fortalecer.
 
32E associa-o à minha missão,
 
33Para que Te glorifiquemos intensamente.
 
34E para mencionar-Te constantemente.
 
35Porque só Tu és o nosso Velador.
 
36Disse-lhe: Teu pedido foi atendido, ó Moisés!
 
37Já te havíamos agraciado outra vez,
 
38Quando inspiramos a tua mãe o que lhe foi inspirado:
 
39Põe (teu filho) em um cesto e lança-o ao rio, para que este leve à orla, donde o recolherá um inimigo Meu, que é também dele. Depois, Eu lhes infundi amor para contigo, para que fosses criado sob a Minha vigilância.
 
40Foi quando tua irmã apareceu e disse: Quereis que vos indique quem se encarregará dele? Então, restituímos-te à tua mãe, para que se consolasse e não se condoesse. E mataste um homem; porém, libertamos-te da represália e te provamos de várias maneiras. Permaneceste anos entre o povo de Madian; então (aqui) compareceste, como te foi ordenado, ó Moisés!
 
41E te preparei para Mim.
 
42Vai com teu irmão, portando os Meus sinais, e não descures do Meu nome.
 
43Ide ambos ao Faraó, porque ele se transgrediu.
 
44Porém, falai-lhe afavelmente, a fim de que fique ciente ou tema.
 
45Disseram: Ó Senhor nosso, tememos que ele nos imponha um castigo ou que transgrida (a lei)!
 
46Deus lhes disse: Não temais, porque estarei convosco; ouvirei e verei (tudo).
 
47Ide, pois, a ele, e dizei-lhe: Em verdade, somos os mensageiros do teu Senhor; deixa sair conosco os israelitas e não os atormentes, pois trouxemos-te um sinal do teu Senhor. Que a paz esteja com quem segue a orientação!
 
48Foi-nos revelado que o castigo recairá sobre quem nos desmentir e nos desdenhar.
 
49Perguntou (o Faraó): E quem é o vosso Senhor, ó Moisés?
 
50Respondeu-lhe: Nosso Senhor foi Quem deu a cada coisa sua natureza; logo a seguir, encaminhou-a com retidão!
 
51Inquiriu (o Faraó): E que aconteceu às gerações passadas?
 
52Respondeu-lhes: Tal conhecimento está em poder do meu Senhor, registrado no Livro. Meu Senhor jamais Se equivoca, nem Se esquece de coisa alguma.
 
53Foi Ele Quem vos destinou a terra por leito, traçou-vos caminhos por ela, e envia água do céu, com a qual faz germinar distintos pares de plantas.
 
54Comei e apascentai o vosso gado! Em verdade, nisto há sinais para os sensatos.
 
55Dela vos criamos, a ela retornareis, e dela vos faremos surgir outra vez.
 
56E eis que lhe mostramos todos os Nossos sinais; porém (o Faraó) os desmentiu e os negou,
 
57Dizendo: Ó Moisés, vens, acaso, para nos expulsar das nossas terras com a tua magia?
 
58Em verdade, apresentar-te-emos uma magia semelhante. Fixemos, pois, um encontro em um lugar eqüidistante (deste), ao qual nem tu, nem nós faltaremos.
 
59Disse-lhe (Moisés): Que a reunião se celebre no Dia do Festival, em que o povo é congregado, em plena luz da manhã.
 
60Então o Faraó se retirou, preparou a sua conspiração e depois retornou.
 
61Moisés lhes disse: Ai de vós! Não forjeis mentiras acerca de Deus! Ele vos exterminará com um severo castigo; sabei que quem forjar (mentiras) estará frustrado.
 
62Eles discutiram o assunto entre si e deliberaram confidentemente.
 
63Disseram: Estes são dois magos que, com a sua magia, querem expulsar-vos da vossa terra e acabar com os vosso método exemplar.
 
64Concertai o vosso plano; apresentai-vos, então, em fila, porque quem vencer, hoje, será venturoso.
 
65Perguntaram: Ó Moisés, arrojarás tu ou seremos nós os primeiros a arrojar?
 
66Respondeu-lhes Moisés: Arrojai vós! E eis que lhe pareceu que suas cordas e cajados se moviam, em virtude da sua magia.
 
67Moisés experimentou certo temor.
 
68Asseguramos-lhes: Não temas, porque tu és superior.
 
69Arroja o que levam em tua mão direita, que devorará tudo quanto simularam, porque tudo o que fizerem não é mais do que uma conspiração de magia, e jamais triunfará o mago, onde quer que se apresente.
 
70Assim os magos se prostraram, dizendo: Cremos no Senhor de Aarão e de Moisés!
 
71Disse (o Faraó): Credes n’Ele sem que eu vo-lo permita? Certamente ele é o vosso líder e vos ensinou a magia. Juro que vos amputarei a mão e o pé de lados opostos e vos crucificarei em troncos de tamareiras; assim, sabereis quem é mais severo e mais persistente no castigo.
 
72Disseram-lhe: Por Quem nos criou, jamais te preferiremos às evidências que nos chegaram! Faze o que te aprouver, tu somente podes condenar-nos nesta vida terrena.
 
73Nós cremos em nosso Senhor, Que talvez perdoe os nossos pecados, bem como a magia que nos obrigastes a fazer, porque Deus é preferível e mais persistente.
 
74E quem comparecer como pecador, ante seu Senhor, merecerá o inferno, onde não poderá morrer nem viver.
 
75E aqueles que comparecerem ante Ele, sendo fiéis e tendo praticado o bem, obterão as mais elevadas dignidades;
 
76Jardins do Éden, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. Tal será a retribuição de quem se purifica.
 
77Revelamos a Moisés: Parte à noite, com os Meus servos, e abre-lhes um caminho seco, por entre o mar! Não receies ser alcançado, nem tampouco experimentes temor!
 
78O Faraó os perseguiu com os soldados; porém, a água os tragou a todos!
 
79E assim, o Faraó desviou o seu povo, em vez de encaminhá-lo.
 
80Ó israelitas, Nós vos salvamos do vosso inimigo e vos fizemos uma promessa do lado direito do Monte (Sinai), e vos enviamos o maná e as condornizes,
 
81(Dizendo-vos): Desfrutai de todo o lícito com que vos agraciamos, mas não abuseis disso, porque a Minha abominação recairá sobre vós; aquele sobre quem recair a Minha abominação, estará verdadeiramente perdido.
 
82Somos Indulgentíssimo para com o fiel, arrependido, que pratica o bem e se encaminha.
 
83Que fez com que te apressasses em abandonar o teu povo, ó Moisés?
 
84Respondeu: Eles estão a seguir os meus passos; por isso, apressei-me até Ti, ó Senhor, para comprazer a ti.
 
85Disse-lhe (Deus): Em verdade, em tua ausência, quisemos tentar o teu povo, e o samaritano logrou desviá-los.
 
86Moisés, encolerizado e penalizado, retornou ao seu povo, dizendo: Ó povo meu, acaso vosso Senhor não vos fez uma digna promessa? Porventura o tempo vos pareceu demasiado longo? Ou quisestes que vos açoitasse a abominação do vosso Senhor, e por isso quebrastes a promessa que me fizestes?
 
87Responderam: Não quebramos a promessa que te fizemos por nossa vontade, mas fomos obrigados a carregar os ornamentos pesados do povo, e os lançamos ao fogo, tal qual o samaritano sugeriu.
 
88Este forjou-lhes o corpo de um bezerro que mugia, e disseram: Eis aqui o vosso deus, o deus que Moisés esqueceu!
 
89Porém, não reparavam que aquele bezerro não podia responder-lhes, nem possuía poder para prejudicá-los nem beneficiá-los?
 
90Aarão já lhes havia dito: Ó povo meu, com isto vós somente fostes tentados; sabei que vosso Senhor é o Clemente. Segui-me, pois, e obedecei a minha ordem!
 
91Responderam: Não o abandonaremos e nem cessaremos de adorá-lo, até que Moisés volte a nós!
 
92Disse (Moisés): Ó Aarão, que te impediu de fazê0los voltar atrás, quando viste que se extraviavam?
 
93Não me segues? Desobedeceste a minha ordem?
 
94Suplicou-lhe (Aarão): Ó filho de minha mãe, não me puxes pela barba nem pela cabeça. Temi que me dissesses: Criaste divergências entre os israelitas e não cumpriste a minha ordem!
 
95Disse (Moisés): Ó samaritano, qual é a tua intenção?
 
96Respondeu: Eu vi o que eles não viram; por isso, tomei um punhado (de terra) das pegadas do Mensageiro e o joguei (sobre o bezerro), porque assim me ditou a minha vontade.
 
97Disse-lhe: Vai-te, pois! Estás condenado a dizer (isso) por toda vida: Não me toqueis! E terás um destino do qual nunca poderás fugir. Olha para o teu deus, ao qual estás entregue; prontamente o incineraremos e então lançaremos as suas cinzas ao mar.
 
98Somente o vosso Deus é Deus. Não há mais divindades além d’Ele! Sua sapiência abrange tudo!
 
99Assim te citamos alguns dos acontecimentos passados; ademais, de Nós, concedemos-te a Mensagem.
 
100Aqueles que desdenharem isto, carregarão um pesado fardo no Dia da Ressurreição,
 
101Que suportarão eternamente. Que péssima carga será a sua no Dia da Ressurreição!
 
102Dia em que a trombeta será soada e em que congregaremos, atônitos,os pecadores.
 
103Murmurarão entre si: Não permanecestes muito mais do que dez (dias)!
 
104Nós bem sabemos o que dirão quando os mais sensatos, dentre eles, exclamarem: Não permanecestes muito mais do que um dia!
 
105E perguntar-te-ão acerca das montanhas. Dize-lhes: Meu Senhor as desintegrará,
 
106E as deixará como um plano e estéril,
 
107Em que não verás saliências, nem reentrâncias.
 
108Nesse dia seguirão um arauto, do qual não poderão afastar-se. As vozes humilhar-se-ão ante o Clemente, e tu não ouvirás mais do que sussurros.
 
109Nesse dia de nada valerá a intercessão de quem quer que seja, salvo a de quem o Clemente permitir e cuja palavra lhe for grata.
 
110Ele lhes conhece tanto o passado como o futuro, não obstante eles não logrem conhecê-Lo.
 
111As frontes se humilharão ante o Vivente, o Subsistente. Quem tiver cometido iniqüidade estará desesperado.
 
112E quem tiver praticado o bem e for, ademais, fiel, não terá a temer injustiça, nem frustração.
 
113Assim Nós to revelamos, um Alcorão em língua árabe, no qual reiteraremos as combinações, a fim de que Nos temam e lhes seja renovada a lembrança.
 
114Exaltado seja Deus, o Verdadeiro Rei! Não te apresses com o Alcorão antes que sua inspiração te seja concluída. Outrossim, dize: Ó Senhor meu, aumenta-te em sabedoria!
 
115Havíamos firmado o pacto com Adão, porém, te esqueceu-se dele; e não vimos nele firme resolução.
 
116E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram menos Lúcifer, que se negou.
 
117E então dissemos: Ó Adão, em verdade, este é tanto teu inimigo como de tua companheira! Que não cause a vossa expulsão do Paraíso, porque serás desventurado.
 
118Em verdade, nele não sofrerás fome, nem estarás afeito à nudez.
 
119E não padecerás de sede ou calor.
 
120Porém, Satanás sussurrou-lhe, dizendo: Ó Adão, queres que te indique a árvore da prosperidade e do reino eterno?
 
121E ambos comeram (os frutos) da árvore, e suas vergonhas foram-lhes manifestadas, e puseram-se a cobrir os seus corpos com folhas de plantas do Paraíso. Adão desobedeceu ao seu Senhor e foi seduzido.
 
122Mas logo o seu Senhor o elegeu, absolvendo-o e encaminhando-o.
 
123Disse: Descei ambos do Paraíso! Sereis inimigos uns dos outros. Porém, logo vos chegará a Minha orientação e quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será desventurado.
 
124Em troca, quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e, cego, congregá-lo-emos no Dia da Ressurreição.
 
125Dirá: Ó Senhor meu, por que me congregastes cego, quando eu tinha antes uma boa visão?
 
126E (Deus lhe) dirá: Isto é porque te chegaram os Nossos versículos e tu os esqueceste; a mesma maneira, serás hoje esquecido!
 
127E assim castigaremos quem se exceder e não crer nos versículos do seu Senhor. Sabei que o castigo da outra vida será mais rigoroso, e mais persistente ainda.
 
128Não lhes mostramos, acaso, quantas gerações, anteriores a eles, exterminamos, apesar de viverem nos mesmos lugares que eles? Nisso há exemplos para os sensatos.
 
129Porém, se não houvesse sido pela sentença proferida por teu Senhor e pelo término prefixado, o castigo teria sido inevitável.
 
130Tolera, pois (ó Mensageiro), o que dizem os incrédulos, e celebra os louvores do teu Senhor antes do nascer do sol, antes do seu ocaso durante certas horas da noite; glorifica teu Senhor nos dois extremos do dia, para que sejas comprazido.
 
131E não cobices tudo aquilo com que temos agraciado certas classes, com o gozo da vida terrena - a fim de, com isso, prová-las - posto que a mercê do teu Senhor é preferível e mais persistente.
 
132E recomenda aos teus a oração e sê constante, tu também. Não te impomos ganhares o teu sustento, pois Nós te proveremos. A recompensa é dos devotos.
 
133Dizem (entre si): Por que não vos apresenta ele um sinal de seu Senhor? Não lhes chegou, por acaso, a evidência mencionada nos primeiros livros?
 
134Mas, se os houvéssemos fulminado com um castigo, antes disso, teriam dito: Ó Senhor nosso, por que não nos enviaste um mensageiro, a fim de seguirmos os Teus versículos, entes de nos humilharmos e nos aviltarmos?
 
135Dize-lhes: Cada um (de nós) está esperando; esperai, pois! Logo sabereis quem está na senda reta e quem são os orientados!