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108 - A ABUNDÂNCIA
109 - OS INCRÉDULOS
110 - O SOCORRO
111 - O ESPARTO
112 - A UNICIDADE
113 - A ALVORADA
114 - OS HUMANOS
PORTUGUêS

21 - OS PROFETAS

 

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

 
1Aproxima-se a prestação de contas dos homens que, apesar disso, estão desdenhosamente desatentos.
 
2Nunca lhes chegou uma nova mensagem de seu Senhor, que não escutassem, senão com o fito de escarnecê-la,
 
3Com os seus corações entregues à divagação. Os iníquos dizem, confidencialmente: Acaso, este não é um homem como vós? Assistir-lhe-eis à magia conscientemente?
 
4Dize: Meu Senhor conhece tudo quanto é dito nos céus e na terra, porque Ele é Oniouvinte, o Onisciente.
 
5Porém, afirmam: É uma miscelânea de sonhos! Ele os forjou! Qual! É um poeta! Que nos apresente, então, algum sinal, como os enviados aos primeiros (mensageiros)!
 
6Nenhum dos habitantes das cidades que exterminamos, anteriormente a eles, acreditou. Crerão eles?
 
7Antes de ti não enviamos nada além de homens, que inspiramos. Perguntai-o, pois, aos adeptos da Mensagem, se o ignorais!
 
8Não os dotamos de corpos que pudessem prescindir de alimentos, nem tampouco foram imorais.
 
9Então, cumprimos a Nossa promessa para com eles e os salvamos, juntamente com os que quisemos, e exterminamos os transgressores.
 
10Enviamos-vos o Livro, que encerra uma Mensagem para vós; não raciocinais?
 
11Quantas populações de cidades exterminamos, por sua iniqüidade, e suplantamos por outras?
 
12Porém, quando se deram conta do Nosso castigo, eis que tentaram fugir dele precipitadamente.
 
13Não fujais! Voltai ao que vos foi concedido e às vossas moradas, a fim de que sejas interrogados!
 
14Disseram: Ai de nós! Em verdade, fomos iníquos!
 
15E não cessou esta sua lamentação, até que os deixamos inertes, tal qual plantas segadas.
 
16Não riamos os céus e a terra e tudo quanto existe entre ambos por mero passatempo.
 
17E se quiséssemos diversão, tê-la-íamos encontrado entre as coisas próximas de Nós, se fizéssemos (tal coisa).
 
18Qual! Arremessamos a verdade sobre a falsidade, o que a anula. Ei-la desvanecida. Ai de vós, pela falsidade que (Nos) descreveis!
 
19Seu é tudo o que existe nos céus e na terra; e todos quanto se acham em Sua Presença, não se ensoberbecem em adorá-Lo, nem se enfadam disso.
 
20Glorificam-No noite e dia, e não ficam exaustos.
 
21Ou (será que) adotaram divindades da terra, que podem ressuscitar os mortos?
 
22Se houvesse nos céus e na terra outras divindades além de Deus, (ambos) já se teriam desordenado. Glorificado seja Deus, Senhor do Trono, de tudo quanto Lhe atribuem!
 
23Ele não poderá ser questionado quanto ao que faz; eles sim, serão interpelados.
 
24Adotarão, porventura, outras divindades além d’Ele? Dize-lhes: Apresentai vossa prova! Eis aqui a Mensagem daqueles que estão comigo e a Mensagem daqueles que me precederam. Porém, a maioria deles não conhece a verdade, e a desdenha.
 
25Jamais enviamos mensageiro algum antes de ti, sem que lhe tivéssemos revelado que: Não há outra divindade além de Mim. Adora-Me, e serve-Me!
 
26E dizem: O Clemente teve um filho! Glorificado seja! Qual! São apenas servos veneráveis, esses a quem chamam de filhos,
 
27Que jamais se antecipam a Ele no falar, e que agem sob o Seu comando.
 
28Ele conhece tanto o que há antes deles como o que há depois deles, e não podem interceder em favor de ninguém, salvo de quem a Ele aprouver, são, ante seu temor, a Ele reverentes.
 
29E quem quer que seja, entre eles, que disser: Em verdade eu sou deus, junto a Ele! condená-lo-emos ao inferno. Assim castigamos os iníquos.
 
30Não vêem, acaso, os incrédulos, que os céus e a terra eram uma só massa, que desagregamos, e que criamos todos os seres vivos da água? Não crêem ainda?
 
31E produzimos firmes montanhas na terra, para que esta não oscilasse com eles, e traçamos, entre aqueles, desfiladeiros como caminhos, para que se orientassem.
 
32E fizemos o céu como abóbada bem protegida; e, apesar disso, desdenham os seus sinais!
 
33Ele foi Quem criou a noite e o dia, o sol e a lua; cada qual (dos corpos celestes) gravita em sua respectiva órbita.
 
34Jamais concedemos a imortalidade a ser humano algum, anterior a ti. Porventura, se tu morresses, seriam eles imortais?
 
35Toda a alma provará o gosto da morte, e vos provaremos com o mal e com o bem, e a Nós retornareis.
 
36E, quando os incrédulos te vêem, não te tratam senão com zombarias, dizendo: É este que fala sobre os vossos deuses? E blasfemam, à menção do Clemente.
 
37O homem é, por natureza, impaciente. Não vos apresseis, pois logo vos mostrarei os Meus sinais!
 
38E perguntaram: quanto se cumprirá esta promessa, se estais certos?
 
39Ah, se os incrédulos conhecessem o momento em que não poderão evitar o fogo sobre seus rostos e suas espáduas, nem tampouco ser socorridos!
 
40Pelo contrário, surpreendê-los-á (o fogo) inopinadamente e os aniquilará. Não poderão desviá-lo, nem serão tolerados.
 
41Mensageiros anteriores a ti foram escarnecidos; porém, os escarnecedores envolveram-se naquilo de que escarneciam.
 
42Dize: Quem poderá proteger-vos, à noite e de dia, (do seu castigo)do Clemente? Sem dúvida, eles desdenham a menção do seu Senhor.
 
43Ou têm, acaso, divindades que os defendem de Nós? Não podem sequer socorrer a si mesmos, nem estarão a salvo e Nós!
 
44Contudo, agraciamo-los, tanto eles como seus pais, e até lhes prolongamos a vida. Porém, não reparam, acaso, em que temos assolado a terra, reduzindo-a em suas bordas? São eles, porventura, os vencedores?
 
45Dize-lhes: Só vos admoesto com a revelação; no entanto, os surdos não ouvem a predicação, mesmo quando são admoestados.
 
46Mas, quando um resquício do castigo e o teu Senhor os toca, dizem: Ai de nós! Em verdade, fomos iníquos!
 
47E instalaremos as balanças da justiça para o Dia da Ressurreição. Nenhuma alma será defraudada no mínimo que seja; mesmo se for do peso de um grão de mostarda, tê-lo-emos em conta. Bastamos Nós por cômputo.
 
48Havíamos concedido a Moisés e a Aarão o Discernimento, luz e mensagem para os devotos,
 
49Que temem intimamente seu Senhor e são reverentes, quanto à Hora.
 
50Esta é a mensagem bendita, que revelamos. Atrever-vos-eis a negá-la?
 
51Anteriormente concedemos a Abraão a sua integridade, porque o sabíamos digno disso.
 
52Ao perguntar ao seu pai e ao seu povo: Que significam esses ídolos, aos quais vos devotais?
 
53Responderam: Encontramos nossos pais a adorá-los.
 
54Disse-lhes (Abraão): Sem dúvida que vós e os vossos pais estais em evidente erro.
 
55Inquiriram-no: Trouxeste-nos a verdade, ou tu és um dos tantos trocistas?
 
56Respondeu-lhes: Não! Vosso Senhor é o Senhor dos céus e da terra, os quais criou, e eu sou um dos testemunhadores disso.
 
57Por Deus que tenho um plano para os vossos ídolos, logo que tiverdes partido...
 
58E os reduziu a fragmentos, menos o maior deles, para que, quando voltassem, se recordassem dele.
 
59Perguntaram, então: Quem fez isto com os nossos deuses? Ele deve ser um dos iníquos.
 
60Disseram: Temos conhecimento de um jovem que falava deles. É chamado Abraão.
 
61Disseram: Trazei-o à presença do povo, para que testemunhem.
 
62Perguntaram: Foste tu, ó Abraão, quem assim fez com os nossos deuses?
 
63Respondeu: Não! Foi o maior deles. Interrogai-os, pois, se é que podem falar inteligivelmente.
 
64E confabularam, dizendo entre si: Em verdade, vós sois os injustos.
 
65Logo voltaram a cair em confusão e disseram: Tu bem sabes que eles não falam.
 
66Então, (Abraão) lhes disse: Porventura, adorareis, em vez de Deus, quem não pode beneficiar-vos ou prejudicar-vos em nada?
 
67Que vergonha para vós e para os que adorais, em vez de Deus! Não raciocinais?
 
68Disseram: Queimai-o e protegei os vossos deuses, se os puderdes (de algum modo)!
 
69Porém, ordenamos: Ó fogo, sê frescor e poupa Abraão!
 
70Intentaram conspirar contra ele, porém, fizemo-los perdedores.
 
71E o salvamos, juntamente com Lot, conduzindo-os à terra que abençoamos para a humanidade.
 
72E o agraciamos com Isaac e Jacó, como um dom adicional, e a todos fizemos virtuosos.
 
73E os designamos imames, para que guiassem os demais, segundo os Nossos desígnios, e lhes inspiramos a prática do bem, a observância da oração, o pagamento do zakat, e foram Nossos adoradores.
 
74E concedemos a Lot a prudência e a sabedoria, salvando-o da cidade que se havia entregue às obscenidades, porque era habitada por um povo vil e depravado.
 
75E o amparamos em Nossa misericórdia, porque era um dos virtuosos.
 
76E (recorda-te de) Noé quando, tempos atrás, nos implorou e o atendemos e o salvamos, juntamente com a sua família, da grande aflição.
 
77E o socorremos contra o povo que desmentia os Nossos versículos, porquanto era um povo vil; eis que os afogamos a todos!
 
78E de Davi e de Salomão, quando julgavam sobre certa plantação, onde as ovelhas de certo povo pastaram durante a noite, sendo Nós Testemunha de seu juízo.
 
79E fizemos Salomão compreender a causa. E dotamos ambos de prudência e sabedoria. E submetemos a ele e a Davi as montanhas e os pássaros para que Nos glorificassem. E fomos Nós o Autor.
 
80E lhe ensinamos a arte de faze couraças para vós, a fim de proteger-vos das vossas violências mútuas. Não estais agradecidos?
 
81E submetemos a Salomão o vento impetuoso, que sopra a seu capricho, para a terra que Nós abençoamos, porque somos Onisciente.
 
82E também (lhe submetemos) alguns (ventos) maus que, no mar, faziam submergir os navios, além de outras tarefas, sendo Nós o seu custódio.
 
83E (recorda-te) de quando Jó invocou seu Senhor (dizendo): Em verdade, a adversidade tem-me açoitado; porém, Tu és o mais clemente dos misericordiosos!
 
84E o atendemos e o libertamos do mal que o afligia; restituímos-lhes a família, duplicando-a, como acréscimo, em virtude da Nossa misericórdia, e para que servisse de mensagem para os adoradores.
 
85E (recorda-te) de Ismael, de Idris (Enoc) e de Dulkifl, porque todos se contavam entre os perseverantes.
 
86Amparamo-lo em Nossa misericórdia, que se contavam entre os virtuosos.
 
87E (recorda-te) de Dun-Num quando partiu, bravo, crendo que não poderíamos controlá-lo. Clamou nas trevas: Não há mais divindade do que Tu! Glorificado sejas! É certo que me contava entre os iníquos!
 
88E o atendemos e o libertamos da angústia. Assim salvamos os fiéis.
 
89E (recorda-te) de Zacarias quando implorou ao seu Senhor: Ó Senhor meu, não me deixes sem prole, não obstante seres Tu o melhor dos herdeiros!
 
90E o atendemos e o agraciamos com Yahia (João), e curamos sua mulher (de esterilidade); um procurava sobrepujar o outro nas boas ações, recorrendo a Nós com afeição e temor, e sendo humildes a Nós.
 
91E (recorda-te) também daquela que conservou a sua castidade (Maria) e a quem alentamos com o Nosso Espírito, fazendo dela e de seu filho sinais para a humanidade.
 
92Esta vossa comunidade é a comunidade única e Eu sou o vosso Senhor. Adorai-Me, portanto (e a nenhum outro)!
 
93Mas (as gerações posteriores) se dividiram mutuamente em sua unidade; e todos voltarão a Nós!
 
94Mas quem praticar o bem e for, ademais, fiel, saberá que seus esforços não serão baldados, porque os anotamos todos.
 
95Está proibido o ressurgimento de toda população que temos destruído; seus integrantes não retornarão,
 
96Até ao instante em que for aberta a barreira do (povo de) Gog e Magog e todos se precipitarem por todas as colinas,
 
97E aproximar a verdadeira promessa. E eis os olhares fixos dos incrédulos, que exclamarão: Ai de nós! Estivemos desatentos quanto a isto; qual, fomos uns iníquos!
 
98Vós, com tudo quanto adorais, em vez de Deus, sereis combustível do inferno, no qual entrareis, por certo.
 
99Se houvessem aqueles sido deuses, não o teria adentrado; ali todos permanecerão eternamente,
 
100Onde se lamentarão mas não serão ouvidos.
 
101Em verdade, aqueles a quem predestinamos o Nossos bem, serão afastados disso.
 
102Não ouvirão a crepitação (da fogueira) e desfrutarão eternamente de tudo quanto à sua lama apetecer.
 
103E o grande terror não os atribulará, e os anjos os receberão, dizendo-lhes: Eis aqui o dia que vos fora prometido!
 
104Será o dia em que enrolaremos o céu como um rolo de pergaminho. Do mesmo modo que originamos a criação, reproduzi-la-emos. É porque é uma promessa que fazemos, e certamente a cumpriremos.
 
105Temos prescrito, nos Salmos, depois da Mensagem (dada a Moisés), que a terra, herdá-la-ão os Meus servos virtuosos.
 
106Nisto há uma mensagem para os adoradores.
 
107E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade.
 
108Dize: Em verdade, tem-me sido revelado que o vosso Deus é Único. Sereis portanto submissos?
 
109Todavia, se se recusarem a sê-lo, dize-lhes: Tenho proclamado a mensagem a todos por igual, mas não sei se está próximo ou remoto o que vos foi prometido.
 
110Porque Ele sabe tanto o que manifestais por palavras, como conhece o que ocultais.
 
111Ignoro se isto constitui uma prova para vós e um gozo transitório.
 
112Dize: Ó meu Senhor, julga com eqüidade! Nosso Senhor é o Clemente, a Quem recorro, contra o que blasfemais.